quarta-feira, 21 de abril de 2010

SEMPRE.


Decidi fazer diferente! Afinal, este ano está diferente. Nesse dia 21 faz um sol radiante, ao passo que ano passado era de nuvens e chuva. Talvez seja esse o sinal que pedi. Talvez esse sol seja a luz voltando, seja a diferença de etapas da vida. E talvez seja uma etapa cheia de luz, sem as águas de outrora.
Então decidi fazer diferente! Essa carta é totalmente de verdades. A verdade é que minha vida está ótima: amigos e devaneios. Alguns laços, ainda nenhum círculo, algumas elipses. E vejo muita coisa desmoronando, mas minha vida só evolui. Até que resolvo voltar ao jardim, jardim que só tem uma Rosa. Uma pena que hoje há um monte de ervas - daninhas em volta da minha Rosa. E atravessá-las é quase impossível.
Amor simplesmente não acaba (sempre digo), muda e fica guardado. Então, acalme-se. A mão sempre estará estendida, basta procurá-la. Não será mais como antes, mas não precisa desesperar em meio à madrugada e me ligar (não há mais espaço para tal). Assim como minha vida melhorou, a sua também irá. E de um jeito ou de outro, Pecado, estarei sempre ao seu lado, não será sozinha apesar de todo o mal.
Ah, te contei? Voltei a rezar, Pecado, minha relação com Ele melhorou! Agora peço por você e nada mais. Vou lá, o sol está forte esse ano, um desperdício ficar em casa. Espero que as cobranças terminem, e, mesmo sendo de nossa vontade, não te espero.
Amor não acaba. E seremos para sempre.
Daquela que te deu um coração,
Lilith.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

SEGREDO.

Hoje resolvi beber. Há tempos venho cultivando esse vício controlado, mas hoje é sexta. Hoje ele se faz obrigatório. Um boteco após a faculdade e alguns amigos. Ela não estava.
Ela, ela, ela, ela. Faz bem uns três dias que não sai da minha memória. Maldição ter gravado o cheiro dos seus cabelos. Maldição! Não é pra ser nada. Não foi nada. Mas fico com isso às voltas na minha cabeça. Essa falta de vontade repleta de desejo. Maldição ter gravado o cheiro dos seus cabelos. Maldição!
“Quando mulher quer, mulher consegue, faz.” Ela dissera certa vez a respeito de mais um de seus beijos distribuídos ao acaso. Ela, ela, ela. Pois, então, EU QUERO. Quero beijos embebidos em álcool, quero gozos silenciosos em meio à madrugada, quero esse segredo. Ela, ela, ela! Maldição ter gravado os cheiro daquele cabelo negro. Maldição!
Mas isso é de hoje. Hoje resolvi beber. Há três dias ela ronda meus desejos noturnos. Há várias noites, ela esteve por aqui. Engraçado quando se sai do roseiral, dei de fronte a uma flor que exala seu perfume na calada da noite. Fatal. Maldição ter gravado o cheiro de seus cabelos. Maldição esse cheiro de orquídea da noite.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma saideira.

Ontem me perguntaram o porquê de não voltar ao roseiral que criamos. Respondi que a rosa criou espinhos para me manter afastada, que eu sou uma roupa que ficou apertada, que você não gosta de mim. Mas, vezenquando, me deparo com certas coisas que fazem pensar diferente e talvez você goste de mim, não sei. Talvez você guarde as sombras do que fomos, ou não. Talvez eu não te conheça.
Deveria doer mais, não deveria? Deveria ao menos doer. E se eu disser que não dói mais? Que tampouco há ressentimento vivo. Que nossa ausência me fere fundo, mas não causa dor. Me fere a morte da esperança de nós duas, ou talvez eu não acredite nessa morte. Talvez eu guarde suas atitudes finais mais próximas da minha memória e o que foi amor guardo mais fundo, longe da memória e mais próxima do peito. Como a saudade de um cheiro da infância que aparece repentino e não carece de explicações.
Ainda me incomoda um pouco ver o que fizemos em nós. E me incomoda também usar “nós”, afinal agora somos eu e você. Me incomoda voltar nesse assunto, apesar de acreditar que esse afastamento é um tanto infantil. Pensar em você ultimamente não tem me incomodado e isso me incomoda. Mas não te cobro e tampouco me cobro. Meu peito foi dilacerado pelo que fez, a redoma de orgulho (que construí e moldei) me mantém ensurdecida.
Contudo, me incomoda essa minha alma prolixa e minhas palavras sucintas e por isso sou ‘louca’ aos seus olhos. E, além disso, nada mais me é incômodo nem a dúvida de achar que não gosta de mim. Se gosta, não sei. Se minha ausência deveras te dói, não sei. Se tens saudade, não sei. Se a Vida lhe dói, não me importo. E se acha que escrevo isso pelo incômodo, não ache.