sábado, 6 de fevereiro de 2010

A carta


Ontem não ouvi sua voz. Você estava aqui, eu também estava e, portanto, não há desculpas, Rosa. E é isso? É isso que sinto quando pára de espetar-me? Eu sinto absolutamente essa hiperdosagem de vazio?
Nos libertamos, Rosa? Como se liberta do que um dia foi amor? Do mesmo modo que se separa da vida, acredito.
Não sei se sinto sua falta, mas como Rosa te digo: Vá e não se importe comigo. Terei de ser gentil com tudo que um dia virá a ser borboleta e, por favor, não se esqueça de me avisar quando perceber que não era o suficiente, quando se der conta que não deveria ter partido.
Talvez esteja mesmo no seu sangue essa escolha pelo “mal me quer”, mas no fim sempre houve essa sua vontade de mudar o instinto que nunca foi seguida.
Vá despreocupada, Pecado. Tenho minha redoma.
Beijos desta que te adora sem admirar,
Lilith

5 comentários:

  1. "Arrasa o meu projeto de vida
    Querida, estrela do meu caminho
    Espinho cravado em minha garganta
    Garganta
    A santa às vezes troca meu nome
    E some..."

    me lembrei do Chico! =*

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  2. Adorei!!!
    bem sensível! :D

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  3. Meu preferido!!! Tá lindo, "pinga"!

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