domingo, 3 de janeiro de 2010

E as estrelas se apagaram

A luz iluminava meus olhares intensos, mas agora há somente o escuro e lágrimas. Lágrimas estas que não deixo cair para proteger a minha intimidade. Choro sozinha, solidão e eu, e o escuro. Seguro As lágrimas e crio uma falsa proteção, falsa porque os cabelos oleosos, as fortes olheiras e os olhos em desespero me denunciam.
E o que me dói é o fato de saber que eu não mais me basto. O que me dói é o ar que me falta aos pulmões. Eu não posso gritar. Não posso berrar aos ventos o meu desespero, não posso berrar sequer minhas lágrimas que insistem em cair. Falta-me o ar, me falta vida, meu grito é mudo. Está nos cabelos oleosos, nas fortes olheiras, no desesperado olhar.
E há a escuridão, há o espaço que não está vazio e isso também me dói. E há também a inércia a que me obrigo. Não vou te procurar em algum outro lugar que não meus pensamentos, e não vou te expor me expondo... Seguro as lágrimas e me alimento delas... O resto é sua ausência, é te amar vitalmente e o cabelo oleoso e as fortes olheiras e o desespero no olhar.

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